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Este complexo mineiro, atualmente em ruínas, inclui as minas do Braçal e da Malhada estendendo-se ao longo do rio Mau, e a Mina do Coval da Mó, na outra vertente da Serra do Braçal. Constitui-se como a mais antiga concessão mineira portuguesa registada com o nº 1, tendo sido um dos maiores jazigos mineiros da região de Aveiro na exploração da galena.

Minas do Braçal
Minas do Braçal
Minas do Braçal
Minas do Braçal
Minas do Braçal
Minas do Braçal
Minas do Braçal
Minas do Braçal
Minas do Braçal

A 6 de agosto de 1836, faz-se a primeira concessão mineira em Portugal, por alvará concedido a José Bernardo Michellis - A Mina do Braçal.

 

Já desde o séc. I a. C. é notória a presença dos romanos na exploração de prata e galena de chumbo em Sever do Vouga, existindo ainda três galerias no Complexo das Minas do Braçal com características romanas, onde foram encontrados diversos objetos de valor histórico, que compõem atualmente o espólio do Museu Municipal.

 

A concessão é transferida em 1840 para o alemão Diedrick Mathias Fewerheerd e torna-se definitiva a 2 de maio de 1868.

 

O Complexo Mineiro do Braçal inclui, para além das Minas do Braçal, as Minas da Malhada e as Minas do Coval da Mó, descobertas em 1850 e 1856, respetivamente.

 

Após a morte do alemão Diedrick Mathias Fewerheerd, em 17 de março de 1877, a concessão é transferida para a sociedade, Administração da Minas do Braçal e em 1882, passa para a Companhia Mineira e Metalúrgica do Braçal.

 

Em 1912 contava com cerca de 350 trabalhadores sob a alçada da Companhia belga “Minas e Metalúrgica, SARL”.

 

Em 1933 cessa a exploração e é reiniciada novamente em 1942, com a aquisição pela Companhia Previdente de Lisboa. Com esta aquisição é criada a Companhia Industrial e Agrícola do Braçal, que fica com a concessão, tendo como diretor técnico, o Eng. João Vidal.

 

O pico de exploração mineira é atingido em 1955, altura em que foram extraídas mais de 2000 toneladas de minério em bruto que se transformaram em 900 toneladas de barras de chumbo.

 

A exploração é encerrada definitivamente em 1959. Em 1972 é vendida toda a maquinaria para desmantelamento e os edifícios e terrenos são comprados pela Companhia Portuguesa de Celulose, mantendo-se até aos dias de hoje nas suas sucessoras, Portucel e The Navigator Company.

 

A exploração mineira em Sever do Vouga tem uma história longa. Provavelmente, remonta aos povos pré-romano, embora tenham sido certamente os romanos que, de forma mais organizada, estabeleceram minas nos primeiros néculos da nossa era. A exploração mineira é uma das mais fortes marcas da presença romana em Sever do Vouga. Explorava-se o chumbo, a prata e o cobre, minérios que, até ao século XX, ainda aqui eram exploradis. O chumbo, em particular, tinha muita importância para as canalizações das casas e dos jardins nas grandes villas romanas e, sobretudo, para purificar o ouro.

 

Passaram muitos séculos, mas esse tempo deixou memórias visíveis. As lucernas, as taças em terra sigillata e as estruturas pétreas descobertas na entrada de galerias romanas são testemunho da sua atividade mineira. Além disso, advinhamos que muitos carregamentos de minério devem ter passado pela via romana deste região, da qual ainda existe um troço vísivel no lugar da Ereira, freguesia de Talhadas, um troço estratégico de ligação do nó viário de Viseu à estrada entre Olissipo (Lisboa) e Bracara (Braga).

 

O fim da civilização romana ditou o abandono das minas e só no século XIX voltariam a ser exploradas. Embora o mundo fosse já muito diferente tantos séculos depois, continuou a ser a galena o principal minério daqui extraído.

Freguesia Sever de Vouga
Localização Sever de Vouga
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